A Fani alguma-coisa, ex-BBB, lançou há dez dias um livro de memórias (sim, Zélia Gattai se revirou no túmulo). Da entrevista dela na Veja, um tanto vexada, tirei:
"Estar nua na capa tem uma subjetividade filosófica... mas em princípio é uma obra literária."
Ah Brasil, meu Brasil brasileiro, terra achavascada.
No dia 03, dois autores ganharam o Prêmio São Paulo de Literatura, mas isso não saiu na Veja.
No dia 04, foram lançados os livros do Santiago Nazarian, Ivana Arruda Leite e Rodrigo Lacerda, mas isso também não saiu na Veja.
E mais mil coisas interessantes aconteceram durante a semana, mas ...
Prá que falar nisso, não é?
O povo não gosta, isso não chama a atenção, não vende revista.
E não importa se o "não gostar poval" seja simplesmente por não saber. Não ter acesso. Não conhecer. Afinal, a realidade é essa: os maiores veículos da mídia, os formadores de opinião, os porretas!, não estão preocupados com a cultura. Preferem ceder espaço para que - ao som de "cada um no seu quadrado" e "Tô ficando atoladinha" - celebridades instantâneas e acéfalas digam à que vieram.
Ah, repito, trepito, quadrepito: estou velha prá isso. Velha e cansada.
PS: Se na próxima edição da Bravo eu der de cara com esse "livro" na página de indicações, juro! Vou seguir a máxima "Já que não pode vencê-los, junte-se a eles": Faço uma lobotomia.