terça-feira, 16 de março de 2010

Geração BBB - by Marcelino Freire

Ando sem tempo para postar, mas SEMPRE tenho tempo para ler o Marcelino.
Abaixo um desabafo dele, fresquinho, control C control V do eraOdito.


"Você viu a escritora na jaula?". Hã? "A escritora na casa de vidro?". O quê? Fiquei assim meio aéreo, sem saber. Lá, na Livraria da Vila da Fradique Coutinho. "O maior barato, Marcelino!". No primeiro andar, a escritora estava. Trancafiada. Começou sua estadia na quinta-feira passada e vai até esta quarta. Come, dorme, vegeta, solitária. À vista de quem passa. O nome dela: Paula Parisot. A missão: divulgar o seu livro Gonzos e Parafusos, publicado pela Editora Leya. Eta danado! E eu que tinha ido à Vila apenas atrás da reserva que fiz do Ficção Brasileira Contemporânea. Explico: é esse o título do livro do professor da PUC do Rio, Karl Erik Schollhammer. Um estudo rápido e sério e de fácil leitura sobre a produção ficcional das três últimas décadas. A Geração 90, inclusive, está quase toda lá, esmiuçada. Ele começa exata e ironicamente assim um dos parágrafos: "Inicialmente, a Geração 90 foi um golpe publicitário muito bem armado". E aí vejo a autora confinada. E aí tenho de cruzar, cheio de constragimento, o piso até a seção de encomendas. E ela lá, parece que me enxergando, me sacando, do centro do casulo. E dizendo: "não reclame, vocês também já fizeram marketing". Ave nossa, saravá, amém. O que faço? O livro demorando a chegar. Corro para o além? Escapo pela área de serviço? Fiquei imaginando eu lá, em exposição. De cueca. Peidando. Coçando o saco. Roncando. Recebendo a visita dos amigos geracionais, etc. e tais. E a visita do Rubem Fonseca. Sim, o recluso autor de Agosto faria hoje à tarde uma visita à autora enclausurada. Acredite. Vixe! Para levar o almoço. Dar de comer a coitada! Cena sintomática esta! Animal! Não aguentei e fugi do local. Escondi-me do público. Nem acendi a luz. Deixei meu apartamento no escuro. Por um tempo. Em silêncio. Profundo. Juro. Será que envelheci? Será que encaretei? Não sei. Para completar, a notícia da morte chocante do Glauco e a do seu filho. A barra está ficando pesada, meu amigo. Para o nosso lado. Estou com medo de sair de casa. "Rebola um pouquinho para a gente ver". O quê? Será que instalaram uma câmera na sala?

sexta-feira, 5 de março de 2010

Xuxa, A Rainha dos Baixinhos (em inglês)

Eu não consigo ler jornais diariamente, não consigo assistir jornais diariamente, não consigo sequer ler notícias na internet. Não dá tempo. Há um ano, assinei a Revista da Semana, para conseguir me atualizar (sim, eu assinei quando um taxista quase bateu o carro ao me ouvir negar ciência sobre o "Caso Isabela"). Era uma leitura rápida e com opiniões imparciais sobre tudo. A Revista da Semana acabou, por falta de verba, o que para mim foi decepcionante. A Abril, compensando as parcelas pagas da minha assinatura, me manda agora a Veja! Então eu sempre fico sabendo das coisas com uma semana de atraso, pois só me atualizo aos domingos, quando a revista chega.
Isso tudo era p/ explicar o pq das minhas críticas atrasadas. Vamo que vamo.
A Xuxa pegou ar pq ridicularizaram a filha dela no Twiter. Mereceu. Primeiro, por deixar uma menina de 11 anos se expor num site assim. Segundo por não ter a humildade de dizer: entendam, é uma pré-adolescente, criada na era emeésseênica, vou prestar mais atenção nisso, etc. Não! Ela precisou humilhar, pisotear, dizendo: minha filha foi alfabetizada em inglês. E tá fazendo o q aqui, ainda? Mudem-se para algum país com influências anglo-saxônicas, sumam de nossas vistas. Já é tempo! A guria, rainha dos baixinhos, grita em alto e bom tom: vcs, analfabetos formados no Brasil, país onde ganhei meu dinheirinho, são baixos, são mendigos. Rico se alfabetiza em inglês e não tem obrigação nenhuma, repito: nenhuma! de aprender o português. É isso aí Xuxa, falou e disse! Vou me lembrar disso quando minha filha ganhar mais um DVD "Só para baixinhos". E se ela algum dia escrever cena com S e a ridicularizarem, vou dizer: minha filha foi alfabetizada em xuxês. Foi assim que ela aprendeu também a se achar melhor que os outros e a tirar a calça e pisar em cima, em acessos de fúria, quando criticada, mesmo que a crítica esteja com a razão.