Ishtar me persegue há um bom tempo: está ali em meio àquele monte de papel encadernado. Está em minha mente toda vez que sento para escrever alguma coisa. Ela Grita. Pulsa. Afoga. Limita. Ainda esse ano sai um livro* meu e de outros colegas escritores, onde coloquei o prólogo desse primeiro e torturador romance. Mas nessa ocasião Ishtar já não estará entre nós. Não a minha Ishtar. Cansei dela. Enjoei. Ela me trancafiou, manipulou e oprimiu por tempo demais. Chegou a hora de me libertar. Por isso decidi dar cabo nela, atear fogo. Aqui. Em praça pública. Tenho certeza de que ainda lerão romances meus... mas nunca mais o Dela.
*Bicho de 15 Cabeças
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