- Com licença, você poderia acender o cigarro?
- Pois não?
- Você poderia fazer a gentileza de acender o cigarro? Essa falta de fumaça no ambiente está me incomodando.
- Mas eu não quero acender o cigarro. Eu tenho o direito de não fumar.
- E eu tenho o direito de não que conviver com a sua falta de hábito.
- Que absurdo! Não existe nenhuma lei que me obrigue a acender o cigarro.
- E só por causa disso eu vou ter que sofrer os efeitos colaterais do seu não-fumo?
- E que efeitos são esses?
- Preconceito. Querida, não sei se você sabe, mas preconceito mata.
- Não vejo como o meu preconceito possa fazer tão mal a você.
- Só o seu não, mas o seu, o dela, o dele, o dele ali...
- E você prefere morrer de câncer no pulmão a morrer de preconceito?
- Mas é claro. Preconceito causa muito mais sofrimento. Primeiro acaba com o lado social do meu corpo, depois corrói a minha auto-estima e por fim causa automutilação. É esse o fim horrível que você quer?
- Não, mas ninguém aqui está com preconceito comigo.
- Mas comigo sim.
- Isso é problema seu.
- Ah, então você não quer acender o seu cigarro, EU sofro os efeitos colaterais disso e o problema é meu?
- Exatamente.
- É, tem gente que simplesmente não sabe viver em sociedade.
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