Corra que o fumante vem aí....
Costumava andar desatento pelas ruas. Utilizava minhas caminhadas para pensar em como melhor a frase de um texto ou resolver o impasse de uma narrativa. Mesmo assim nunca foi bobo. Sabia em que cidade estava, São Paulo. Mesmo assim fui bobo. Achei que o mulatinho, tão desbotado quanto sua roupa e seu boné, era apenas um moleque pobre e que, branco e estudante de uma universidade particular, com camiseta Ellus, calça Levi’s e sapatênis Adidas, não passava de um burguesinho preconceituoso. Após atravessar a rua com o instinto de sobrevivência, caminhei pela calçada com a cultura da culpa. E tive de ouvir – num português menos correto:
“Por que você atravessou a rua? Tá achando que eu vou te assaltar?”
Burguesinho branquelo, acelerei o passo do meu Adidas.
“Hein, por que atravessou a rua? Por que está andando rápido?”
Burguesinho branquelo, olhei para a marquise e respondi para ele – num português mais correto:
“Atravessei a rua porque era este o meu caminho. Estou andando rápido porque estou com pressa.”
“Anda devagar, por que a pressa? Tá achando que eu vou te assaltar, moleque?”
Com os olhos na marquise, sem vê-la, ouvi a mesma pergunta mais duas vezes. E respondi como se responde um burguesinho branquelo, sem ascendência africana e escrava:
“Estou andando rápido porque estou com pressa! Não estou achando nada de você! Pegue seu caminho, que eu pego o meu!”
E acelerei meu Adidas (burguesinho branquelo, não tinha preocupações com a sola).
Mas ele também acelerou o passo. Não me importei. A sobrevivência deu lugar ao desafio. Um menino desses não vai desviar meu caminho. E não desviou. Mesmo arranhando minha barriga com uma faca de cozinha e pressionando o meu pescoço com a mesma. A faca, diga-se de passagem, subiu da barriga pro pescoço por um motivo muito simples: perguntado sobre meus pertences, indisposto a lhe dar um centavo, disse que tinha cigarro no bolso. E ouvi, num português cheio de cracks emitido por uma língua mole:
“Que cê tá achando que sou, mano, pra me oferecer cigarro?”
Era final de outubro de 2008. Ainda não havia uma lei que me nivelasse a ele. E, por isso, respondi:
“Nada, se eu fumo por que você não pode fumar?”
Assim como para o governador José Serra, para o mulatinho desbotado, o cigarro era algo inaceitável. Pela sugestão, fui castigado com uma faca afundando no meu pescoço, seguida de ameaças de morte. Durante quinze minutos. Ao fim de tudo, não havia um policial na rua. Uma blitz. Alguém me pudesse encaminhar a uma delegacia. Houve uma mulher que passou na minha frente, quando eu estava sentado numa viela, abrindo minha mochila, entregando-lhe meus pertences, com a faca no limite tênue entre a minha vida e apenas uma maneira de ele prover seu vício.
Quase um ano se passou desde aquele evento. Hoje, tremo levemente e olho para os lados quando acendo um cigarro na rua. Ando com pressa, meu Adidas tem menos sola. Mesmo assim, tomo cuidado, não posso esbarrar em ninguém, com um cigarro na mão. Não. As pessoas podem se assustar, como eu, em outubro de 2008. E estarão certas, como eu estava, em outubro de 2008. Mas estarão amparadas, ao contrário de mim, em outubro de 2008. Poderão me delatar para a polícia. Encontrarão um mutirão para me levar à polícia. Poderão, inclusive, se juntar ao mulatinho desbotado, na luta, no assassinato de branquelinhos burguesinhos como eu. Isso se ele já não estiver morto. É um viciado. Assim como eu.
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
É proibido fumar - by Monica Waldvogel
[texto apresentado no programa "Entre Aspas" no dia 30/07]
Na semana que vem os fumantes de São Paulo finalmente vão entrar na linha. Vai ficar proibido fumar no bar, no cabeleireiro, no salão de festas do prédio. Os fumódromos serão extintos. A punição para a desobediência é multa pesada. Mas quem vai pagá-la será o síndico, o dono do estabelecimento. Alguém vai ter que ser responsável pelo controle das baforadas dos outros. Fácil adivinhar que vai dar confusão. Mesmo assim, os combatentes do tabaco comemoram. Esperam que a lei paulista, como outras, logo vire brasileira. Exaltam a vitória e a virtude do politicamente correto. Há, porém, quem lamente tanto controle sobre a vida e as escolhas de cada um. Há os que receiam viver num mundo tão cheio de normas e regras; de proibições ou que todas as pessoas vivam no mesmo credo na saúde e na boa-forma, como se essa fosse a única vida possível. Um mundo que levanta fachadas morais bem chamativas para disfarçar todo o caos por trás. Afinal, até o pouco transgressor Roberto Carlos, numa canção antiga, já perguntava:
“Será que tudo o que gosto é ilegal, imoral ou engorda?”
Na semana que vem os fumantes de São Paulo finalmente vão entrar na linha. Vai ficar proibido fumar no bar, no cabeleireiro, no salão de festas do prédio. Os fumódromos serão extintos. A punição para a desobediência é multa pesada. Mas quem vai pagá-la será o síndico, o dono do estabelecimento. Alguém vai ter que ser responsável pelo controle das baforadas dos outros. Fácil adivinhar que vai dar confusão. Mesmo assim, os combatentes do tabaco comemoram. Esperam que a lei paulista, como outras, logo vire brasileira. Exaltam a vitória e a virtude do politicamente correto. Há, porém, quem lamente tanto controle sobre a vida e as escolhas de cada um. Há os que receiam viver num mundo tão cheio de normas e regras; de proibições ou que todas as pessoas vivam no mesmo credo na saúde e na boa-forma, como se essa fosse a única vida possível. Um mundo que levanta fachadas morais bem chamativas para disfarçar todo o caos por trás. Afinal, até o pouco transgressor Roberto Carlos, numa canção antiga, já perguntava:
“Será que tudo o que gosto é ilegal, imoral ou engorda?”
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
É proibido fumar - by Carol Rosa
- Com licença, você poderia acender o cigarro?
- Pois não?
- Você poderia fazer a gentileza de acender o cigarro? Essa falta de fumaça no ambiente está me incomodando.
- Mas eu não quero acender o cigarro. Eu tenho o direito de não fumar.
- E eu tenho o direito de não que conviver com a sua falta de hábito.
- Que absurdo! Não existe nenhuma lei que me obrigue a acender o cigarro.
- E só por causa disso eu vou ter que sofrer os efeitos colaterais do seu não-fumo?
- E que efeitos são esses?
- Preconceito. Querida, não sei se você sabe, mas preconceito mata.
- Não vejo como o meu preconceito possa fazer tão mal a você.
- Só o seu não, mas o seu, o dela, o dele, o dele ali...
- E você prefere morrer de câncer no pulmão a morrer de preconceito?
- Mas é claro. Preconceito causa muito mais sofrimento. Primeiro acaba com o lado social do meu corpo, depois corrói a minha auto-estima e por fim causa automutilação. É esse o fim horrível que você quer?
- Não, mas ninguém aqui está com preconceito comigo.
- Mas comigo sim.
- Isso é problema seu.
- Ah, então você não quer acender o seu cigarro, EU sofro os efeitos colaterais disso e o problema é meu?
- Exatamente.
- É, tem gente que simplesmente não sabe viver em sociedade.
[http://meusmiolos.blogspot.com/]
- Pois não?
- Você poderia fazer a gentileza de acender o cigarro? Essa falta de fumaça no ambiente está me incomodando.
- Mas eu não quero acender o cigarro. Eu tenho o direito de não fumar.
- E eu tenho o direito de não que conviver com a sua falta de hábito.
- Que absurdo! Não existe nenhuma lei que me obrigue a acender o cigarro.
- E só por causa disso eu vou ter que sofrer os efeitos colaterais do seu não-fumo?
- E que efeitos são esses?
- Preconceito. Querida, não sei se você sabe, mas preconceito mata.
- Não vejo como o meu preconceito possa fazer tão mal a você.
- Só o seu não, mas o seu, o dela, o dele, o dele ali...
- E você prefere morrer de câncer no pulmão a morrer de preconceito?
- Mas é claro. Preconceito causa muito mais sofrimento. Primeiro acaba com o lado social do meu corpo, depois corrói a minha auto-estima e por fim causa automutilação. É esse o fim horrível que você quer?
- Não, mas ninguém aqui está com preconceito comigo.
- Mas comigo sim.
- Isso é problema seu.
- Ah, então você não quer acender o seu cigarro, EU sofro os efeitos colaterais disso e o problema é meu?
- Exatamente.
- É, tem gente que simplesmente não sabe viver em sociedade.
[http://meusmiolos.blogspot.com/]
terça-feira, 11 de agosto de 2009
Lobotomia nacional
A Fani alguma-coisa, ex-BBB, lançou há dez dias um livro de memórias (sim, Zélia Gattai se revirou no túmulo). Da entrevista dela na Veja, um tanto vexada, tirei:
"Estar nua na capa tem uma subjetividade filosófica... mas em princípio é uma obra literária."
Ah Brasil, meu Brasil brasileiro, terra achavascada.
No dia 03, dois autores ganharam o Prêmio São Paulo de Literatura, mas isso não saiu na Veja.
No dia 04, foram lançados os livros do Santiago Nazarian, Ivana Arruda Leite e Rodrigo Lacerda, mas isso também não saiu na Veja.
E mais mil coisas interessantes aconteceram durante a semana, mas ...
Prá que falar nisso, não é?
O povo não gosta, isso não chama a atenção, não vende revista.
E não importa se o "não gostar poval" seja simplesmente por não saber. Não ter acesso. Não conhecer. Afinal, a realidade é essa: os maiores veículos da mídia, os formadores de opinião, os porretas!, não estão preocupados com a cultura. Preferem ceder espaço para que - ao som de "cada um no seu quadrado" e "Tô ficando atoladinha" - celebridades instantâneas e acéfalas digam à que vieram.
Ah, repito, trepito, quadrepito: estou velha prá isso. Velha e cansada.
PS: Se na próxima edição da Bravo eu der de cara com esse "livro" na página de indicações, juro! Vou seguir a máxima "Já que não pode vencê-los, junte-se a eles": Faço uma lobotomia.
"Estar nua na capa tem uma subjetividade filosófica... mas em princípio é uma obra literária."
Ah Brasil, meu Brasil brasileiro, terra achavascada.
No dia 03, dois autores ganharam o Prêmio São Paulo de Literatura, mas isso não saiu na Veja.
No dia 04, foram lançados os livros do Santiago Nazarian, Ivana Arruda Leite e Rodrigo Lacerda, mas isso também não saiu na Veja.
E mais mil coisas interessantes aconteceram durante a semana, mas ...
Prá que falar nisso, não é?
O povo não gosta, isso não chama a atenção, não vende revista.
E não importa se o "não gostar poval" seja simplesmente por não saber. Não ter acesso. Não conhecer. Afinal, a realidade é essa: os maiores veículos da mídia, os formadores de opinião, os porretas!, não estão preocupados com a cultura. Preferem ceder espaço para que - ao som de "cada um no seu quadrado" e "Tô ficando atoladinha" - celebridades instantâneas e acéfalas digam à que vieram.
Ah, repito, trepito, quadrepito: estou velha prá isso. Velha e cansada.
PS: Se na próxima edição da Bravo eu der de cara com esse "livro" na página de indicações, juro! Vou seguir a máxima "Já que não pode vencê-los, junte-se a eles": Faço uma lobotomia.
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
É proibido fumar - by Marcelino Freire
É PROIBIDO FUMAR
No bar. Onde acontecerá a próxima chacina. É proibido fumar. No boteco da BR onde a criança dança. Nua. É proibido fumar. No muquivo de Dona Pretinha. Nenhuma cinza. Nadinha. É proibido fumar. Dentro da barraca de cachorro quente. Junto a carne de gato. É proibido fumar. Dentro do banheiro da boite. Entre uma boquete. E outra boquete. É proibido. Na emergência do HR. Entre mortos e feridos. É proibido fumar. No pé-sujo. Da esquina da favela. É proibido. Apagar bitucas no cativeiro. Na bunda da vítima. No salão de festa. Quando o salão for tomado. De assalto. É proibido fumar. Na pista de funk. Na casa lotada. Que desabará. Na Freguesia. É proibido fumar. Para o ar não ficar pesado. O povo sem fôlego. Respirar. É proibido fumar.
[http://eraodito.blogspot.com/]
No bar. Onde acontecerá a próxima chacina. É proibido fumar. No boteco da BR onde a criança dança. Nua. É proibido fumar. No muquivo de Dona Pretinha. Nenhuma cinza. Nadinha. É proibido fumar. Dentro da barraca de cachorro quente. Junto a carne de gato. É proibido fumar. Dentro do banheiro da boite. Entre uma boquete. E outra boquete. É proibido. Na emergência do HR. Entre mortos e feridos. É proibido fumar. No pé-sujo. Da esquina da favela. É proibido. Apagar bitucas no cativeiro. Na bunda da vítima. No salão de festa. Quando o salão for tomado. De assalto. É proibido fumar. Na pista de funk. Na casa lotada. Que desabará. Na Freguesia. É proibido fumar. Para o ar não ficar pesado. O povo sem fôlego. Respirar. É proibido fumar.
[http://eraodito.blogspot.com/]
É proibido fumar - by Dan Thomaz
Sou fumante, aquele tipo de ser tão nocivo à sociedade quanto um usuário de crack, que rouba e mata para manter seu vício. Também mato. Uma tragada da pior droga de todas, o cigarro, meu vício, mata mais que toda a frota de carros em São Paulo. Sim, sou assassino. Um psicopata. Mato pelo meu prazer. E, sádico que sou, mereço o seu rancor, sua delação, sua mordaça em minha boca, seguida de chicotadas cujo estalar ecoa por todo o estado de São Paulo, mais alto que minha agonia, meu grito de dor.
É proibido fumar - by Rê Piacente
domingo, 2 de agosto de 2009
quinta-feira, 23 de julho de 2009
segunda-feira, 13 de julho de 2009
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Bicho - Lançamento na AIC
Na terça-feira, 07, rolou (aleluia! finalmente! enfim...) o lançamento do Bicho, na Academia Internacional de Cinema em Higienópolis, SP. Teve o Dan Thomaz, genial e ácido, J.K.Mandel - que finalmente nos apresentou sua esposa, lindíssima por sinal -, teve Carol Rosa querendo glamour, Marcia Matos correndo prá lá e prá cá, fazendo com que tudo saísse perfeito. Teve sarau com a galera do curso de Criação Literária - que eu não vi pq fiquei com meus convidados comendo empada na cantina. Teve o casal Chris e Ernani, made in Bauru, com a notícia maravilhosa do casamento finalmente marcado, teve minha família de coração, em peso, com Isabela e tudo! Teve autor que no auge da insegurança ficou criticando sua própria obra, recém-nascida, em vez de curtir e se orgulhar. E teve Marcelino Freire, que só de estar já encanta. O Bicho ficou ótimo, com alguns errinhos perdoáveis de primeira edição. Eu, adorei. E confesso aqui: autografar um livro meu, sonho antigo, foi prá lá de bom! Porreta!
Quem perdeu esse lançamento, corra no dia 17 p/ Livraria Cultura. Estaremos lá!!!
Quem perdeu esse lançamento, corra no dia 17 p/ Livraria Cultura. Estaremos lá!!!
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AIC,
Bicho de Quinze Cabeças,
Livraria Cultura
domingo, 5 de julho de 2009
Atendimento ao cliente - você "pode estar" me atendendo com mais gentileza?
Meu notebook morou na assistência técnica por 120 dias. Quando a permanência dele lá chegou aos 30 dias, eu desiludida e abandonada, liguei para o fabricante, reclamando e exigindo meus direitos de consumidora infeliz (ainda estava dentro da garantia de 1 ano). Me ofereceram uma troca: "Sra, trocaremos a sua máquina por outra melhor, mais equipada, mais moderna, mais bonita". Ok. Eu só queria o meu, queria q não tivesse quebrado com 6 meses de uso, mas ok. Vamos à mais moderna e bonita. Me pediram 20 dias para a entrega. Ok novamente. Aos 60 dias, nada. Aos 90 nada. Eu sei que deveria ter ido ao PROCON, ao juizado de pequenas causas, ao raio que o parta! Mas sou preguiçosa demais até para brigar por meus direitos. Com 91 dias liguei novamente e o atendente, que foi super atencioso e prestativo, me disse que a máquina tinha saído via sedex naquele mesmo dia. No dia seguinte, recebi um e-mail do fabricante, confirmando esses dados. 120 dias... nada! Toca ligar lá de novo. Me atendeu a Ana Paula, que com toda a arrogância do mundo e como se estivesse me fazendo uma doação, disse: "Sra, a sua máquina está aguardando embarque". Aguardando embarque? Estava na fila do ck-in? Fala sério! Questionei então sobre a veracidade do e-mail enviado por eles e ouvi, como se eu fosse intelectualmente prejudicada, em fala pausada para me ajudar a gravar na memória: "Sra, repito: sua máquina está aguardando embarque". Ok, gracinha... me passe seu supervisor. 20 minutos mais tarde, o supervisor Carlos veio me atender. Questionei a mesma coisa e ouvi, boquiaberta, uma reação assustadora e aos gritos do tal supervisor: "A sra. está achando que a minha (ele é o proprietário?) empresa é a casa da mãe Joana? Um mercadinho de esquina? Se eu estou falando que a sua máquina está aguardando embarque é pq está aguardando embarque e pronto! Limite-se a esperar". Sim, me limito a esperar. Esperar que um dia as indústrias e prestadoras de serviço tenham respeito por nós, consumidores. Esperar que um dia eu possa comprar um produto que não seja descartável ou se for, que custe como tal.
Estou cansada, muita cansada. Estou velha para esse tipo de situação.
E você?
Em tempo: Outro dia uma atendente do 0800 de uma empresa fornecedora de energia elétrica quis me processar, alegando que foi ultrajada. Eu tenho a conversa gravada, em momento algum rolou ofensa pessoal. Nem palavrão teve!! Eu estava muito brava com a empresa, sim, mas no meu direito de consumidora que paga tudo em dia.
Cuidado, galera. O serviço de atendimento ao cliente está tentando dominar o mundo.
Estou cansada, muita cansada. Estou velha para esse tipo de situação.
E você?
Em tempo: Outro dia uma atendente do 0800 de uma empresa fornecedora de energia elétrica quis me processar, alegando que foi ultrajada. Eu tenho a conversa gravada, em momento algum rolou ofensa pessoal. Nem palavrão teve!! Eu estava muito brava com a empresa, sim, mas no meu direito de consumidora que paga tudo em dia.
Cuidado, galera. O serviço de atendimento ao cliente está tentando dominar o mundo.
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atendimento ao cliente,
Positivo Informática.
domingo, 26 de abril de 2009
Maldito celular...
Eu ODEIO celular. Odeio mesmo. Considero-o entrão e sem educação. Mas claro, para minha frustração, é impossível viver sem um hoje em dia. O fato é que ontem eu tinha mil coisas à fazer que dependiam dele. Mas correndo como sempre, me meti na estrada para SP e só fui perceber que tinha esquecido o dito cujo em casa quando já não dava para voltar. Com isso pisei na bola com a Ana, perdi um almoço com a Tati, não pude falar com a minha madrinha que estava em São Pedro... :(. MALDITO CELULAR.
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Roda de Leitura com Marcelino Freire - SESC Campinas
Eu vivo reclamando que queria estar em SP para ter acesso aos eventos literários que rolam por lá. Só estando lá para encontrar Marcelino Freire, Ivana Arruda e Antônio Prata juntos no lançamento de um mesmo livro*, só lá para respirar literatura. Vivo reclamando mesmo. TSS TSS TSS.
Começou na quinta passada, por exemplo, uma roda de leituras no SESC Campinas que tem como mediador o mesmo Marcelino citado acima. E eu reclamando, sentada em meus rabos e bicos, deixei passar a primeira rodada. Se fez como eu, faça agora exatamente o que vou fazer: correr amanhã às 19h30 para a segunda rodada. E dia 30/04 tem a terceira. A atendente simpática que atendeu meu telefonema aflito, talvez para acalmar minha angústia, me confidenciou que dia 25/04 tem também oficina de contos, com o próprio. Eu não vou perder.
Clique aqui e veja a programação.
*Isso aconteceu mesmo! Lançamento do livro "35 segredos para se chegar a lugar nenhum", ed. Bertrand Brasil, organização Ivana Arruda.
Começou na quinta passada, por exemplo, uma roda de leituras no SESC Campinas que tem como mediador o mesmo Marcelino citado acima. E eu reclamando, sentada em meus rabos e bicos, deixei passar a primeira rodada. Se fez como eu, faça agora exatamente o que vou fazer: correr amanhã às 19h30 para a segunda rodada. E dia 30/04 tem a terceira. A atendente simpática que atendeu meu telefonema aflito, talvez para acalmar minha angústia, me confidenciou que dia 25/04 tem também oficina de contos, com o próprio. Eu não vou perder.
Clique aqui e veja a programação.
*Isso aconteceu mesmo! Lançamento do livro "35 segredos para se chegar a lugar nenhum", ed. Bertrand Brasil, organização Ivana Arruda.
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SESC Campinas
domingo, 19 de abril de 2009
Casas de Machado
Na quinta-feira, 16, finalizando as comemorações do aniversário da Giovanna, fomos assistir à peça de um super amigo, o Ricardo Moreira, que estava até ontem em cartaz no Centro de Convivência, em Campinas. Esqueçam o fato de eu gostar e admirar muito esse amigo. A peça é DIVINA! Inteligente, sensível. Linda. Em meio à Chiquinha Gonzaga e Elis, as tramas se misturam ao tabuleiro de xadrez e nos fazem viajar para o Universo Machadiano. Perfeito.
E não é que milagre acontece?
sexta-feira, 10 de abril de 2009
Semana complicada...
Previsionar custos do projeto terminar planilha para a auditoria de segunda-feira fazer a última revisão no Bicho* que vai ser lançado em maio comprar ovos de páscoa encomendar bolo de aniversário comprar presente de aniversário fazer compras para receber a família no feriado descobrir uma super receita na internet procurar bacalhau do porto azeite português tentar falar com a amiga que acabou de chegar do Canadá mas não para em casa e não tem celular desencanar da crise de "quero viver de literatura" e continuar na informática que paga as contas reservar uma mesa em algum restaurante para sábado pegar "Crepúsculo" na locadora p/ filha adolescente parar de torrar conhecer o genro novo ir tomar uma cervejinha com os amigos que não vê faz tempo mas ter que voltar correndo para terminar a tal planilha da tal auditoria pegar o tapete na lavanderia arrumar tempo p/ dormir.
UFA!
Espero que o coelhinho seja bem recheado.
Boa Páscoa procês.
*Bicho de 15 Cabeças
UFA!
Espero que o coelhinho seja bem recheado.
Boa Páscoa procês.
*Bicho de 15 Cabeças
sexta-feira, 3 de abril de 2009
O que você faz quando ninguém te vê fazendo?
Tive que ler o Ensaio (sobre a cegueira ) duas vezes para entender o que senti quando terminei o livro. Bons autores fazem isso comigo: me puxam para dentro da história. O tempo todo me vi habitando uma cama entre o primeiro cego e o ladrão, no manicômio. E depois da segunda leitura percebi que estava sentindo um misto de vergonha e medo. Vergonha ao perceber que na vida real todos nós vivemos como cegos de primeira viagem, sem saber como nos defender, incapacitados pelo medo. Somos roubados, espinafrados, violentados o tempo todo, na cara dura e não fazemos nada. É IR, IPVA, IPTU, ISS, IPI. É impunidade para as grandes empresas que tratam os consumidores como insetos (Se alguém já tentou reclamar seus direitos em um 0800 me entenderá!) - Isso estava no contrato que você assinou; só damos garantia por 30 dias; se o seu notebook novinho está há 60 dias na assistência técnica não é problema nosso. - É a banalização dos sentimentos, do respeito, do compromisso. É o cara que joga a latinha de cerveja pela janela do carro. É a Amazônia sendo desmatada, é a dona de casa que lava a louça com a torneira aberta o tempo todo, é o ladrão que entra na sua casa, rouba o que é seu e ainda agride as pessoas que você ama, é a justiça injusta que nos defende. É quem governa o mundo e só sabe olhar para o próprio umbigo. É quem pensa ser dono da verdade. Pirei. Saramago me fez pirar. Pirei a ponto de , no dia seguinte, acordar com uma conjuntivite grau mil. Medo de ver.
quinta-feira, 2 de abril de 2009
segunda-feira, 30 de março de 2009
Fogueira em praça pública
Ishtar me persegue há um bom tempo: está ali em meio àquele monte de papel encadernado. Está em minha mente toda vez que sento para escrever alguma coisa. Ela Grita. Pulsa. Afoga. Limita. Ainda esse ano sai um livro* meu e de outros colegas escritores, onde coloquei o prólogo desse primeiro e torturador romance. Mas nessa ocasião Ishtar já não estará entre nós. Não a minha Ishtar. Cansei dela. Enjoei. Ela me trancafiou, manipulou e oprimiu por tempo demais. Chegou a hora de me libertar. Por isso decidi dar cabo nela, atear fogo. Aqui. Em praça pública. Tenho certeza de que ainda lerão romances meus... mas nunca mais o Dela.
*Bicho de 15 Cabeças
domingo, 22 de março de 2009
Barulhinho Bom
domingo, 15 de março de 2009
Quando se chega aos "cinquentaetantos..."
Hambúrguer não como. E sou regada a litros e litros de chá verde durante o dia. Nada mais de bacon, pizza, pão de queijo com requeijão. Coca-cola... meu deus! Nada mais de coca-cola. Ainda assim a balança teima em ficar nos cinquentaetantos. As calças 36 foram doadas para a minha filha. As brancas foram queimadas como Joana D'Arc. Biquini? Nunca mais nessa encarnação. O abdomen aumentou. A bunda aumentou. A coxa aumentou. A cintura engrossou. Quando eu tomava coca-cola todo dia não passava dos cinquenta... e não tava nem aí para a balança. Tô achando que é isso que engorda: a neurose da balança. Aquele bicho sem cor, frio, que nos aponta e acusa assim que subimos nele. Vou fazer greve de balança. Greve de chá-verde também. Que reine absoluta a Coca-Cola!!! Meu peso até pode não mudar mas serei uma mulher mais feliz!!!
domingo, 1 de março de 2009
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Donde? (by Saramago)
Donde saiu este homem? Não peço que me digam onde nasceu, quem foram os seus pais, que estudos fez, que projecto de vida desenhou para si e para a sua família. Tudo isso mais ou menos o sabemos, tenho aí a sua autobiografia, livro sério e sincero, além de inteligentemente escrito. Quando pergunto donde saiu Barack Obama estou a manifestar a minha perplexidade por este tempo que vivemos, cínico, desesperançado, sombrio, terrível em mil dos seus aspectos, ter gerado uma pessoa (é um homem, podia ser uma mulher) que levanta a voz para falar de valores, de responsabilidade pessoal e colectiva, de respeito pelo trabalho, também pela memória daqueles que nos antecederam na vida. Estes conceitos que alguma vez foram o cimento da melhor convivência humana sofreram por muito tempo o desprezo dos poderosos, esses mesmos que, a partir de hoje (tenham-no por certo), vão vestir à pressa o novo figurino e clamar em todos os tons: “Eu também, eu também.” Barack Obama, no seu discurso, deu-nos razões (as razões) para que não nos deixemos enganar. O mundo pode ser melhor do que isto a que parecemos ter sido condenados. No fundo, o que Obama nos veio dizer é que outro mundo é possível. Muitos de nós já o vinhamos dizendo há muito. Talvez a ocasião seja boa para que tentemos pôr-nos de acordo sobre o modo e a maneira. Para começar.
texto extraído do blog O Caderno de Saramago
sábado, 17 de janeiro de 2009
Um estranho no ninho
Começar o ano na cidade onde morei a vida toda foi interessante. Interessante pq percebi que não pertenço mais àquele lugar. Bauru não cabe mais em mim.
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